Referências
“(Tua boca brilhando, boca de mulher
Nem mel, nem mentira
O que ela me fez sofrer, o que ela me deu de prazer
O que de mim ninguém tira
Carne da palavra, carne do silêncio
Minha paz e minha ira
Boca, tua boca, boca, tua boca, cala minha boca)” (Este amor, Caetano Veloso)
Então, tratos desfeitos, paz fingida de elogio e respeito incomodando quem passa, esta hora, da tarde rosa, não importa, gratidão nos bolsos, dê esmola, resto de afeto conta-gotas, na bolsa, comprimidos que fazem voar. Olhe para frente, não, para baixo, onde um corpo de homem dorme, ninguém sabe de onde veio, mas já que aqui, que sacie, satisfaça e suje. Moral por moral, nenhuma, o tempo roerá os enganos, lambendo a beira do doce oferecido em dia qualquer lá no futuro, que não interessa, distante assim, dê o que está perto, presente, aqui, a carne, a saliva, suor, lágrima, riso, dê o quê fará falta na alma, dê o quê te deixará mais pobre, talvez, irreconhecível. Praguejar não tem efeito nenhum além de chocar a platéia, mande ás favas, á merda, um passeio no inferno nosso de cada dia, onde finge-se não ouvir, sentir, pensar em nome do normal e tributável, da morte atravessando a avenida, tartaruga em seu casco protegida.
As rimas não controladas, revolta de gritar no meio de praça, agarrar pelo colarinho, sacudir e dar na cara, sonoro sempre, sonoro como deve ser a vontade quando vermelha, não aos falsos pudores, vergonhas bestas de quem nada passou de assombro, os vampiros andam á luz do dia e nos dizem passar bem, meu bem, até a próxima mordida. Os pombos infames ratos sobre nossas cabeças, um grito de mulher chega até o décimo andar do edifício, ninguém se move, embora o coração descompasse, a colagem das desgraças comuns dariam pintura, rock, jazz, blues?, um olhar de viés, mordida na boca, cabelo atrás das orelhas, vamos lá, não tenha medo, don´t be afraid, palhaço, mostre a sua, fora todas as soluções complexas, vamos comê-las sem piedade, que isso é coisa para covardes, gente encolhida cujo lema é calma, já vai passar.
Revolte-se, sacuda a poeira que insiste em entranhar na pele, não tema a brancura dos fantasmas, o incandescente das musas, beije com vontade, mostre a língua os gostos proibidos, questione o sagrado, mas não esqueça de rezar Salve Rainha pelos pobres diabos cheirando cal na escadaria de ladrilhos. Perambule, sem guardar o nome das ruas, o caminho é sempre um, sempre este que seus pés pisam e não importa o sinal, não aguarde, atravesse no meio dos carros, buzinas, celulares ligados, maquiagens borradas, canções bregas, crianças voltando da escola, adolescentes desesperados, passe, suicida, nobre, altivo, atento, arranha-céu de gente no meio da lata, passe e nem pergunte que horas são. É sempre o Instante, não se engane, nunca voltará, como ela, nunca, morta como nós estamos, onze horas e os astros fazendo das suas, conjunções e tal, não se aflija que pode ocorrer um eclipse e eternizar um final feliz vagabundo, de segunda mão, não se sabe, nunca se sabe e quem sabe essa resposta, tatuada, permanece, escreva na lápide:do not disturb.
Eu não sou daqui, essa música colada, não façamos guerra de coisas baratas, beija os garotos e garotas zumbis, lindos, quero todos os avessos do nome, marinheiro só, cada porto é um porto é um porto, vou ficando, este aqui é um pouco, o resto de mim e o que ficará na próxima partida, talvez, talvez. Eu não vim aqui para ser feliz, óculos escuros para os olhos claros da moça, quem? nem faço idéia, sol dourado, sol, sol, no meio do mundo, aparecemos e nos desencontramos, chore nem um dia, mês inteiro, não se contente, salto do precipício, fraturas invisíveis, memórias de além mar, além túmulo, além, sem correntes pelo corredor, sem estalos na madeira escura do piso dessa casa velha do meu peito, no alarms, no surprises, as músicas tocando, dentro, como um baile maldito de filme B. Reinventar-se, nome, personagem, encenar a peça definitiva onde ninguém escapa ileso, é isso, feche as malas e apague as luzes. The End, nunca, não acredite em tudo que as mães dizem, em tudo que os gurus pregam, reverte a vantagem dos sabidos, que não terão nem vislumbre do Absoluto, que é para todos, mas não qualquer um, faça da sua a sua, na heróica ignorância de iniciante, incitador de revoltas e afins, não aceite, não conceda, não sorria branco demais.
Então, tratos desfeitos, paz fingida de elogio e respeito incomodando quem passa, esta hora, da tarde rosa, não importa, gratidão nos bolsos, dê esmola, resto de afeto conta-gotas, na bolsa, comprimidos que fazem voar. Olhe para frente, não, para baixo, onde um corpo de homem dorme, ninguém sabe de onde veio, mas já que aqui, que sacie, satisfaça e suje. Moral por moral, nenhuma, o tempo roerá os enganos, lambendo a beira do doce oferecido em dia qualquer lá no futuro, que não interessa, distante assim, dê o que está perto, presente, aqui, a carne, a saliva, suor, lágrima, riso, dê o quê fará falta na alma, dê o quê te deixará mais pobre, talvez, irreconhecível. Praguejar não tem efeito nenhum além de chocar a platéia, mande ás favas, á merda, um passeio no inferno nosso de cada dia, onde finge-se não ouvir, sentir, pensar em nome do normal e tributável, da morte atravessando a avenida, tartaruga em seu casco protegida.
As rimas não controladas, revolta de gritar no meio de praça, agarrar pelo colarinho, sacudir e dar na cara, sonoro sempre, sonoro como deve ser a vontade quando vermelha, não aos falsos pudores, vergonhas bestas de quem nada passou de assombro, os vampiros andam á luz do dia e nos dizem passar bem, meu bem, até a próxima mordida. Os pombos infames ratos sobre nossas cabeças, um grito de mulher chega até o décimo andar do edifício, ninguém se move, embora o coração descompasse, a colagem das desgraças comuns dariam pintura, rock, jazz, blues?, um olhar de viés, mordida na boca, cabelo atrás das orelhas, vamos lá, não tenha medo, don´t be afraid, palhaço, mostre a sua, fora todas as soluções complexas, vamos comê-las sem piedade, que isso é coisa para covardes, gente encolhida cujo lema é calma, já vai passar.
Revolte-se, sacuda a poeira que insiste em entranhar na pele, não tema a brancura dos fantasmas, o incandescente das musas, beije com vontade, mostre a língua os gostos proibidos, questione o sagrado, mas não esqueça de rezar Salve Rainha pelos pobres diabos cheirando cal na escadaria de ladrilhos. Perambule, sem guardar o nome das ruas, o caminho é sempre um, sempre este que seus pés pisam e não importa o sinal, não aguarde, atravesse no meio dos carros, buzinas, celulares ligados, maquiagens borradas, canções bregas, crianças voltando da escola, adolescentes desesperados, passe, suicida, nobre, altivo, atento, arranha-céu de gente no meio da lata, passe e nem pergunte que horas são. É sempre o Instante, não se engane, nunca voltará, como ela, nunca, morta como nós estamos, onze horas e os astros fazendo das suas, conjunções e tal, não se aflija que pode ocorrer um eclipse e eternizar um final feliz vagabundo, de segunda mão, não se sabe, nunca se sabe e quem sabe essa resposta, tatuada, permanece, escreva na lápide:do not disturb.
Eu não sou daqui, essa música colada, não façamos guerra de coisas baratas, beija os garotos e garotas zumbis, lindos, quero todos os avessos do nome, marinheiro só, cada porto é um porto é um porto, vou ficando, este aqui é um pouco, o resto de mim e o que ficará na próxima partida, talvez, talvez. Eu não vim aqui para ser feliz, óculos escuros para os olhos claros da moça, quem? nem faço idéia, sol dourado, sol, sol, no meio do mundo, aparecemos e nos desencontramos, chore nem um dia, mês inteiro, não se contente, salto do precipício, fraturas invisíveis, memórias de além mar, além túmulo, além, sem correntes pelo corredor, sem estalos na madeira escura do piso dessa casa velha do meu peito, no alarms, no surprises, as músicas tocando, dentro, como um baile maldito de filme B. Reinventar-se, nome, personagem, encenar a peça definitiva onde ninguém escapa ileso, é isso, feche as malas e apague as luzes. The End, nunca, não acredite em tudo que as mães dizem, em tudo que os gurus pregam, reverte a vantagem dos sabidos, que não terão nem vislumbre do Absoluto, que é para todos, mas não qualquer um, faça da sua a sua, na heróica ignorância de iniciante, incitador de revoltas e afins, não aceite, não conceda, não sorria branco demais.
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