"Que seja doce."(CFA)

sexta-feira, junho 10, 2005

As linhas que importam

As linhas da sua mão nunca li, não temos tempo? O Tempo se esconde nos bolsos antes que acenda o cigarro. Não fumo, não brindo fogo nas noites em que me encontro perdida, seguro sua mão, andamos para casa. Todos os dias, lembrar do Real, levantar, fazer mapas, encontrar saídas, respirar fundo, esconder-se ou revelar-se ao Sol lá fora, tem vezes que não consigo, o corpo arde uma urgência que desconheço origem. De impulso em impulso, atravesso noites, horas. Quando você chega, as sombras se encolhem ou se transformam, tudo descansa depois de exaustivas voltas no mesmo lugar. A mesma mão que não leio, acarinha meu rosto, passeia por minhas costas, penteia meus cabelos em tranças. Somos tão fáceis que ás vezes temo não sabermos de qualquer fatalidade (existiria qualquer coisa terrível possível de pairar em nossos encontros? não, não creio), estamos fadados a uma boa estrela, a um caminho estranho ao que pensava ser amor/desejo/paixão, confesso baixo não ter aprendido nada sobre pisar um chão sem espinhos, pedras, pontas e você sorri de modo tão claro, de claridade tão mansa, que adormeço em seus braços, mergulhada em um mar de morna luz.