Feito Tatuagem
(ao nosso aniversário, doce)
Se você bebesse desse silêncio quando te vejo, nunca mais terias sede....
Amor nunca foi de ninguém além de meu. Amor não guerreia nada, amor dorme nos teus longos cílios, quando risco na memória o contorno do teu rosto como se meus dedos fossem lápis. O carvão desliza no papel carne, a curva do queixo, tuas costas, os desenhos que teu corpo oferece, como orientações de um mapa: em você, me encontro, sabendo que sou livre; de você, me desenlaço para o deleite do retorno. Suaves Silêncios entre palavras e sorrisos, mordidas da tua boca na minha e a maneira que me toma nos braços e levanta: sou criança de braços abertos no alto, sorvete no copo, a língua gelada.
De noite, uivos que ninguém percebe de loba em lua minguante frente à fogueira onde mulheres se reúnem para celebrar o mistério de serem berço do Mundo, é pra você que danço, com a saia cheia de espelhos e desejo meu rapto para este teu mundo de manhãs.
Com sorte, um dia te escrevo, cartas definitivas, palavras precisas quase flechas, mirando certeiras, fatais. Mas guardo estas pedras que reluzem nas mãos, aperto forte, como se não pudesse perdê-las (e não posso). Não ouso um passo em falso fora de meu silêncio de quem observa com fascínio e ternura, tatuagens internas doem mais ou menos, meu bem, você saberia dizer? Arriscamos em vão tantas, tantas fiz, tantas ouvi, não, meu bem, acreditar é outra coisa, calada, calada, em minha mudez é que te confesso meus sins, meus graves e profundos sins, minha delicada declaração de amor.
Se você bebesse desse silêncio quando te vejo, nunca mais terias sede....
Amor nunca foi de ninguém além de meu. Amor não guerreia nada, amor dorme nos teus longos cílios, quando risco na memória o contorno do teu rosto como se meus dedos fossem lápis. O carvão desliza no papel carne, a curva do queixo, tuas costas, os desenhos que teu corpo oferece, como orientações de um mapa: em você, me encontro, sabendo que sou livre; de você, me desenlaço para o deleite do retorno. Suaves Silêncios entre palavras e sorrisos, mordidas da tua boca na minha e a maneira que me toma nos braços e levanta: sou criança de braços abertos no alto, sorvete no copo, a língua gelada.
De noite, uivos que ninguém percebe de loba em lua minguante frente à fogueira onde mulheres se reúnem para celebrar o mistério de serem berço do Mundo, é pra você que danço, com a saia cheia de espelhos e desejo meu rapto para este teu mundo de manhãs.
Com sorte, um dia te escrevo, cartas definitivas, palavras precisas quase flechas, mirando certeiras, fatais. Mas guardo estas pedras que reluzem nas mãos, aperto forte, como se não pudesse perdê-las (e não posso). Não ouso um passo em falso fora de meu silêncio de quem observa com fascínio e ternura, tatuagens internas doem mais ou menos, meu bem, você saberia dizer? Arriscamos em vão tantas, tantas fiz, tantas ouvi, não, meu bem, acreditar é outra coisa, calada, calada, em minha mudez é que te confesso meus sins, meus graves e profundos sins, minha delicada declaração de amor.
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