"Here we go"*
(frase final do filme Punch Drunk Love)
"Who wouldn't be the one you love and live for
Who wouldn't stand inside your love and die for
Who wouldn't be the one you love" ( Stand Inside Your Love, Smashing Pumpkins)
Não deixe que te diga nada, não interrompa este silêncio, sorria, acenda o cigarro mais uma vez, vou piscar os olhos de-va-gar, me abrace, me coloque no colo sem que pareça criança, sem que pareça nada, apenas me deixe serenamente conviver assim, pele com pele, sem qualquer comentário. Quero te escrever alguma coisa importante, vital, terrível de tão crua e de muito significado, que escorra grossa das mãos feito sumo de fruta, mas não consigo porque guardo, guardo, guardo, recolho estes pedaços de vidro que brilham como se tesouros fossem e são, são pequenos gestos, delicadezas, ligeiras doçuras sussurradas ao meu ouvido propositalmente para que não me recuse, não possa, não queira, não.
Mas guardo, guardo, guardo, dos meus longos dedos, escapam pensamentos pluma, idéias leves que não são do meu feitio ter, mas que tenho desde que decidi não sangrar-me á toa por falsos sacrifícios. Digo que não sobrevivo mais uma noite, talvez nem duas e você sorri porque sabe que amanhã acordo e vou á praia e tatuo teu nome junto ao meu no ombro apenas porque fazer feliz é preciso, a vida é breve, cantada ou não. No segundo abraço, você me levanta alto e grito de alegria assustada, e as pipocas caem da boca porque gosto de ver de perto a tela de cinema e rio dos seus sustos. E tenho vergonha da sua sinceridade kamikaze contrastando com meu jeito de deixar para depois os profundos pensamentos que apenas serviriam para exaurir, cansar, bater no tapete cansado que o peito se torna em certos dias abafados, onde é penoso explicar-se e ser o explicado, sem sucesso.
Eu quero o simples porque é o mais difícil, percebe? Quero este estar sem urgência dolorosa, este som de risada, essa cor caramelo na pele, as cerejas fora de estação, Audrey cantando La vie en Rose....tantas coisas tolas tantas que ainda não sei precisar e não quero, para que o amor seja algo como um banho de mar.
Mas guardo, guardo, guardo, dos meus longos dedos, escapam pensamentos pluma, idéias leves que não são do meu feitio ter, mas que tenho desde que decidi não sangrar-me á toa por falsos sacrifícios. Digo que não sobrevivo mais uma noite, talvez nem duas e você sorri porque sabe que amanhã acordo e vou á praia e tatuo teu nome junto ao meu no ombro apenas porque fazer feliz é preciso, a vida é breve, cantada ou não. No segundo abraço, você me levanta alto e grito de alegria assustada, e as pipocas caem da boca porque gosto de ver de perto a tela de cinema e rio dos seus sustos. E tenho vergonha da sua sinceridade kamikaze contrastando com meu jeito de deixar para depois os profundos pensamentos que apenas serviriam para exaurir, cansar, bater no tapete cansado que o peito se torna em certos dias abafados, onde é penoso explicar-se e ser o explicado, sem sucesso.
Eu quero o simples porque é o mais difícil, percebe? Quero este estar sem urgência dolorosa, este som de risada, essa cor caramelo na pele, as cerejas fora de estação, Audrey cantando La vie en Rose....tantas coisas tolas tantas que ainda não sei precisar e não quero, para que o amor seja algo como um banho de mar.
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