Luz Acesa
"mas ontem eu recebi um telegrama era você de aracaju ou do alabama dizendo
nego sinta-se feliz porque no mundo tem alguém que diz
que muito te ama que tanto te ama que muito te ama que tanto te ama
por isso hoje eu acordei com uma vontade danada de mandar flores ao delegado
de bater na porta do vizinho e desejar bom dia
de beijar o português da padaria ("me dê a mão, vamos sair pra ver o sol")
oh mama oh mama oh mama quero ser seu quero ser seu quero ser seu papa " (Telegrama, Zeca Baleiro)
Porque de amor falamos no claro, escondido dos olhos alheios, das palavras mais óbvias, repetidas, porque é preciso fazer sentido e sermos verdadeiros, verdadeiros, verdadeiros porque os cachorros estão cada vez mais loucos e sedados e pouco me importa lá fora, chove no verde das árvores e você sorri limpo da janela, abaixando logo após as persianas e dizendo que fique mais, hoje não tem sol algum. mas compreendo que o que me faz desejar este instante pra sempre, que dure, dure, dure é que nunca, talvez nunca tenha feito qualquer efeito tanto desejo, dor, sofrimento, paixão quando encaro a doçura da tua mão na minha, e teu beijo delicado em minha testa, meus olhos, minha boca, é preciso fazer silêncio porque o sol nasce onde menos espero, dentro por vezes e eu te amo como quem enfim desperta, como quem enfim acorda depois de um sono ou uma morte ou qualquer coisa assim trevosa. teu amor, esse nosso amor é dia claro.
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