Ombro
"amor, eu sinto a sua falta
e a falta é a morte da esperança" (Por onde andei, Nando Reis)
o que dói quando procuro teu ombro,
o que dói,
não sei mais.
eu finjo não saber.
não sentir os olhos ardendo.
não sentir a boca secando.
finjo procurar alguma coisa importante na bolsa.
trabalhar compenetradamente.
mas arranha.
arranha.
e o gosto amargo não deixa conversar.
meu sorriso quebrado não convence.
meus olhos embaçam fácil quando dentro fora do lugar.
mais fora do lugar do que de costume.
vc não entende, nem poderia.
e certas escolhas não se pedem.
nem são impostas.
existem lugares que precisamos andar sozinhos.
eu não sabia.
pensei que...
mas de pensar que... não adianta.
ninguém tem culpa.
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