Choux Pastry Heart- Corinne Bailey Rae

não, não ligue. eu ando cansada demais.

choro como criança.

suas mãos em mim só fazem carinho.

tenho medo de fazer qualquer estrago.

certas doçuras são as mais perigosas.

escrevo em revistas novamente.

desde aquele filme.

justamente o que você não viu.

corto os cabelos quase toda sexta, um novo vício.

não sou sua fada, nem anja, mas ok, vc pode me chamar assim.

a estrela tatuada em nossos pulsos me acorda.

são duas da manhã e vc dorme em Laranjeiras.

o que vc não compreende em mim ainda?

ok, o silêncio, o não querer olhar reto, o pensar demais.

vc tira de letra, me leva pra dançar.

me paga um drink, dois.

ri porque sou selvagem, depois mansa, depois selvagem de novo

e quando te pergunto:?

"me surpreenda, vc nunca foi obediente"

eu sei.

eu sei.

saio pra dançar todas as quintas agora.

vc ás vezes vai, ás vezes não.

elas perguntam sempre.

eu sinto sempre.

gosto dos olhos guardando minhas costas.

mas na verdade, sabemos que é bem mais que isso.

escrevi coisas lindas outro dia numa foto com o mar ao fundo.

vc estava estudando.

escondi embaixo da cama.

perdi o sono.

pensei em ligar, interromper seu sono, fugir para sua casa.

mas não faço nada disso.

finjo teu ombro no segundo travesseiro.

lembro do cheiro da curva do pescoço onde sempre beijo antes de dormir.

existem mapas, escrevi a caneta no meu quadril em um desses dias estranhos.

existem e me guiam para casa.