Note II- 28
"Life is never kind Life is never kind
Oh, but I know what will make you smile tonight" (Smiths)
Das vinte e oito chances de dar tudo certo, das vinte e oito palavras que poderiam ter mudado o final do filme, dos vinte e oito modos de contar a mesma história desastrada: só consigo este jeito de matar para sair ileso. Você ouviu o grito no alto da escada, ela teve o riso de quem sabe a partida, ele com olhos maiores que o corpo e que até hoje me engolem, me mastigam quando faz calor demais. Em cima da estante, o cavalo marrom de plástico que alguém (quem? me diz quem?) tirou do lugar: em cima da estante, havia um retrato que não sei onde está, não sei. Vou cantar uma dessas músicas fáceis, vou dançar um desses barulhos, qualquer som serve ou não? Qual o melhor ruído para abafar todos os outros que estremecem o peito ás três da madrugada?
Percorri quatro bares outro dia na procura e encontrei com as mãos no rosto, a barba que você nunca apara e jeito de quem nasceu agoniado: tua inquietação e seus maços vazios. Você gosta de perguntar por já saber que that´s no use, my friend, it´s too late, my friend e somos selvagens demais (eu ou você não sabemos brincar sem tirar sangue). Guardar as palavras nesse bolso esquerdo enquanto você anda na minha frente(não perdeu esta mania de deixar pra trás), eu gosto de olhar, você sabe, vou seguindo, sem pensar na fatalidade de “mais uma vez”, e o relógio pára quando teu carro faz a mesma curva do aterro em que queríamos capotar. Das vinte e oito mortes contadas, marcadas na parede com carvão, guardo aquele nome inventado, violência tolíssima e o desejo que não perde validade.
Percorri quatro bares outro dia na procura e encontrei com as mãos no rosto, a barba que você nunca apara e jeito de quem nasceu agoniado: tua inquietação e seus maços vazios. Você gosta de perguntar por já saber que that´s no use, my friend, it´s too late, my friend e somos selvagens demais (eu ou você não sabemos brincar sem tirar sangue). Guardar as palavras nesse bolso esquerdo enquanto você anda na minha frente(não perdeu esta mania de deixar pra trás), eu gosto de olhar, você sabe, vou seguindo, sem pensar na fatalidade de “mais uma vez”, e o relógio pára quando teu carro faz a mesma curva do aterro em que queríamos capotar. Das vinte e oito mortes contadas, marcadas na parede com carvão, guardo aquele nome inventado, violência tolíssima e o desejo que não perde validade.
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