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Não é súbito.
Nunca é. Só parece.
Você acorda um dia e pensa que já é o suficiente.
Todas aquelas pessoas que você ama demais, todas aquelas pessoas que simplesmente não cansam de exigir tudo que elas não podem. Simplesmente, como se nada fosse, elas te exaurem.
Eu estou aqui, tenho vontade de dizer, estou aqui. Concreta, presente, lúcida.
Estou aqui, entende?
Enquanto todos os outros tem seus compromissos, suas buscas, seus desejos, suas vontades instáveis e definitivas. Enquanto todos os outros querem antes tudo combinado, alinhado e funcionando sem ruídos. Aqui, estou, segurando tua mão.
Mas sou eu segurando a mão, certo?
Não é alguém segurando minha mão, não são duas pessoas se dando as mãos.
Eu Segurando a Tua Mão.

Então, nesses últimos dias, meu espírito decidiu sozinho que já tinha ficado escuro e tarde demais no quarto. Meu espírito, um cavalo novo que ainda não tenho pleno entendimento.
Meu espírito, teve saudade de riso, música, leveza, paixão, doçura: saudade de alimento, diria.
E acho que foi por isso mesmo, que deixei a porta e a janela abertas: porque em mim, não há mais nenhuma vontade de ficar para trás.
Hoje, a vida merece brinde.
Estou de volta em mim.